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HEMO
abril/maio/junho 2012
hemo hoje
Entraves na
gestão
Estruturação de uma rede nacional
de hemocentros é dificultada por
diferentes modelos de gestão
H
á uma considerável di-
versidade de modelos de
gestão de hemocentros no
Brasil. Isso porque cada
um está ligado a uma instituição diferen-
te. Alguns são vinculados a secretarias de
saúde; outros são fundações públicas; uns
são privados sem fins lucrativos, portanto
filantrópicos; e há ainda aqueles ligados
às universidades. É justamente por conta
disso que existem dificuldades quando se
pensa na estruturação de uma rede nacio-
nal de hemocentros, segundo palavras de
Marcelo Addas de Carvalho, diretor técni-
co da Divisão de Hemoterapia do Hemo-
centro de Campinas, mantido pela Univer-
sidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Não se consegue reproduzir um úni-
co exemplo bem sucedido de hemocentro
pelas particularidades de cada modelo de
gestão”, dispara. Os processos adminis-
trativos podem ser totalmente diferentes,
especialmente quando se trata de questões
financeiras. No modelo ligado à academia,
por exemplo, caso do Hemocentro de Cam-
pinas, a dificuldade passa pela agilidade ad-
ministrativa, pois se trata de uma instituição
pública e que depende de autorizações para
tomar qualquer decisão financeira.
Por Tatiana Piva
Em contrapartida, esse modelo aca-
dêmico beneficia a gestão no momento
de aquisição de insumos e na contratação
de pessoas, por utilizar funcionários da
própria fundação da universidade (FU-
CAMP), instituição privada que tem boa
estrutura e grande “maturidade”.
Não pode faltar
Reconhecido como um dos princi-
pais hemocentros do País, o Hemocentro
de Campinas possui características bem
particulares de gestão, com um modelo
considerado bem sucedido. Para Car-
valho alguns pontos são fundamentais,
independentemente do modelo adotado.
“Cada hemocentro deve buscar um mo-
delo de gestão baseado em normas de
certificação ou de programas de qualida-
de, porque isso traz uma normatização e
um compromisso com a execução de um
procedimento padronizado, com controle
e metodologia de avaliação de desempe-
nho”, pontua. Entre elas existe a norma
ISO e a creditação ONA (Organização
Nacional da Acreditação).
“A gestão de pessoas também deve
ser uma preocupação”, diz Carvalho.