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HEMO
janeiro/fevereiro/março 2014
giro
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The Guardian /
Divulgação
Terapia com
anticorpo
monoclonal
(rituximabe) será
incorporada ao SUS
como opção
terapêutica para
tratar linfoma
Incorporada nova opção terapêutica no SUS
linfomas
Os pacientes com linfoma não
Hodgkin (LNH) de células B, foli-
cular, CD20 positivo, atendidos pelo
sistema público de saúde, podem
contar com uma nova alternativa de
tratamento: a terapia com anticorpo
monoclonal (rituximabe) foi incor-
porada ao Sistema Único de Saúde
(SUS) como opção terapêutica em
primeira e segunda linhas, conforme
determina a Portaria nº 63, de 27 de
dezembro de 2013, publicada no
Diário Oficial da União (D.O.U.)
de 30 de dezembro de 2013, pelo
Ministério da Saúde (MS).
Para a Associação Brasileira
de Hematologia, Hemoterapia
e Terapia Celular (ABHH), a
medida, embora atrasada, é posi-
tiva e representa uma vitória
aos pacientes que aguardavam o
acesso ao medicamento, já ado-
tado em outros países há muito
tempo. “O linfoma folicular tem
longa evolução, poucos sintomas e
é, em geral, incurável. O objetivo
do tratamento é prolongar o tempo
e melhorar a qualidade de vida dos
pacientes o máximo possível. Essa
sobrevida pode chegar a 20 anos
em alguns casos”, afirma o vice-
-diretor de Relações Internacionais
da ABHH, Carlos Chiattone. Ao
todo, 1,5 mil pessoas deverão se
beneficiar com a medida, segundo
dados do MS.
O SUS tem 180 dias para garan-
tir e disponibilizar a tecnologia à
população. De acordo com o MS,
esse prazo permite “a definição da
forma de compra do produto, que
pode ser centralizada (sob responsa-
bilidade do governo federal) ou des-
centralizada (com subsídios de esta-
dos e municípios)”. AABHH alerta,
porém, que esses pontos, ainda em
aberto, são essenciais para garantir o
abastecimento e acesso ao fármaco a
todos os pacientes do SUS, mas que
o período de seis meses estipulado é
um contrassenso, devido à urgência
de os pacientes receberem o rituxi-
mabe. O hematologista avalia ainda
que não está claro se o indicativo
do medicamento como terapêutica
refere-se ao período de indução ou
se inclui também a manutenção.
Universidade de São Paulo cria
diagnóstico com nanopartículas
leucemia
Pesquisadores da USP de São
Carlos desenvolveram método que
usa nanopartículas para alcançar
um diagnóstico rápido da leucemia.
O câncer no sangue é mais difícil
de ser detectado e, apesar de esta-
belecido, o processo atualmente
utilizado é longo e envolve uma
série de componentes laboratoriais
importados e caros.
“Um dos principais gargalos no
atendimento de saúde no Brasil é
o diagnóstico. Se criarmos estraté-
gias para que ele seja mais rápido e
barato, poderemos salvar vidas”, diz
Valtencir Zucolotto, do Grupo de
Nanomedicina e Nanotoxicologia
da USP de São Carlos.
Hoje, há diversos testes de diag-
nóstico de leucemia, com maior ou
menor grau de complexidade. Além
de detectar as células cancerosas,
exames mais específicos podem
informar o subtipo da doença.
Quanto mais detalhada for a análise,
mais caro o exame: alguns ultrapas-
sam 2 mil dólares.