Hemo em revista - Ed. 39 - Jul/Dez 2019

HEMOEMREVISTA 44 Uma publicação da ABHH C A R R E I R A • CarminoAntonio de Souza ele cursava o segundo ano de medi- cina na Unicamp. “Meu pai perdeu o emprego, e, morando fora de casa e semmeios para me manter, tive que sair da república onde morava para ficar com um tio e procurar traba- lho. Fui contratado como técnico de laboratório em um serviço privado de hemoterapia. Assim, convivi todo o curso de medicina com a prática hemoterápica emdiversos hospitais de Campinas, realizando, inclusive, centenas de transfusões de substi- tuição em bebês com doença hemo- lítica do recém-nascido, frequente naquela época”, recorda. Ao final do curso, ele não teve dúvidas e fez a residência em he- matologia, sendo um dos primei- ros profissionais a se tornar pro- fessor, em 1978, na disciplina de hematologia no Departamento de Clínica Médica da Unicamp, cria- da pela professora Irene Lorand- Metze, que, lembra ele, foi sua orientadora de doutorado e par- ceira em dezenas de publicações científicas e que o inspirou em sua carreira. “Certamente, devo muito à Prof a . Irene, dedicada e competente, e que ensina até hoje os estudantes de medicina e jovens médicos que passam pela Unicamp. Mas também tive con- tato com outros grandes profes- sores, como Marcelo Pio da Silva, Halley Pacheco, Michel Jamra, José Kerbauy e Celso Guerra, en- tre outros”, recorda-se. TODA UMA VIDA NA UNICAMP Entre suas contribuições para a saúde pública no País e que per- manecem vivas até hoje em sua memória, Dr. Carmino desta- ca a criação do Hemocentro da Unicamp, em 1985, e a construção da Hemorrede do Estado de São Paulo, criada com a ajuda de co- legas de várias escolas médicas e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Outra contribui- ção foi a criação da Unidade de Transplante de Medula Óssea da Unicamp, que já realizou mais de 1.500 transplantes. Esse trabalho, lembra, lhe deu a oportunidade de ser secretário de Estado da Saúde de São Paulo de 1993 a 1994, e de Campinas por sete anos, cargo público que ainda ocupa. “Difícil dizer o que é o mais importante. Cada conquista, cada trabalho publicado, cada tese de- fendida, cada orientando que tive, é como um filho, único e funda- mental. Tenho muito orgulho dos alunos, mestres e doutores que formei. São 45 colegas titulados e que difundem seus conhecimen- tos, formando novos médicos, profissionais de saúde, profes- sores e cientistas”, orgulha-se o hematologista. Em relação às me- mórias que guarda como aluno, residente e professor nesses 40 anos vividos dentro da Unicamp, Carmino Antonio de Souza sor- ri. “A Unicamp é minha casa, a vi nascer, praticamente. Em todo seu crescimento, desenvolvimen- to, inserção no cenário nacional e internacional, estive dentro. É uma longa vida de sucesso e par- ceria. Estou visceralmente liga- do a essa instituição, e isso muito me orgulha.” Crédito: Arquivo ABHH

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