Hemo em revista - Ed. 39 - Jul/Dez 2019

HEMOEMREVISTA 47 Julho/Dezembro 2019 © Arquivo Pessoal Foi no estúdio profissional que, pela primeira vez, Dr. Nucci produziu seus primeiros arranjos musicais gravações profissionais percorrido pelo médi- co, resultado da “vida paralela” que o professor manteve desde sempre. Há (quase) uma pontinha de lamento quan- do Nucci começa a falar sobre sua aproximação com a medicina. Conta-se que, enquanto seu ir- mão mais velho, Cláudio, foi caminhando para viver da música, Marcio passou no vestibular e mergulhou na área médica. Cláudio Nucci se consagrou como um vigoroso músico profis- sional, participando de gravações para nove- las, lançando álbuns e se consolidando como compositor. Já Marcio Nucci passou a clinicar e dar aulas, virou pesquisador e teve sucesso, mas nunca deixou o violão de lado. “Desde o segundo grau no colégio, a gente fazia músicas, tocava em festivais. Era ainda a época dos festi- vais”, relembra. Na escola, umbaterista, Lobão, alcançaria fama nacional. O irmão ainda par- ticiparia do grupo Boca Livre, que fez sucesso nos anos 1970 e 1980 e, em 1979, teve umLP que vendeu 100 mil cópias. A idade adulta chegou, mas a vontade de construir músicas não parou. “Sempre compu- nha, com violão, viola de 10 cordas, bandolim e, mais recentemente, piano”, afirma o professor. Ainda que não fosse o objetivo principal, foi o estudo do piano que levou Marcio Nucci a lan- çar músicas — não o instrumento em si, mas sua professora, Delia Fischer, que incentivou o médico a fazer as gravações. “Minha professora de piano é musicista profissional, produtora cultural, arranjadora. Fui aprendendo algumas técnicas de fazer ar- ranjo para as músicas. Ela foi falando para fa- zer os arranjos na brincadeira”, conta. “Fiz ar- ranjos de quarteto de cordas e ela botou pilha, ‘acho que você tem que gravar’, e fui bolando que roupa ia colocar na música.” Foi dessa brincadeira que nasceu Bossa Nova Toscana , primeira música lançada pelo professor, em setembro de 2018. A música saiu logo após uma visita à região centro-leste da Itália, emparceria coma professora. Para refor- çar as sensações daquele pedaço do país, Nucci adicionou à música um acordeão. “E aí ficou uma coisa diferente, não tem bossa nova com acordeão”, lembra. A gravação em si foi um processo cercado de aprendizados: “Você grava música com base e voz e, no estúdio, tira a base e deixa só a voz”. E, a partir da voz, vai adicionando os instru- mentos. Em um estúdio alugado, na parte da manhã ele gravou as bases e, à tarde, as cordas. “Tem um know-how que fui aprendendo, como montar as peças, ou seja, como mixar a música, como masterizar, que é como se fosse um poli- mento que você dá. A masterização é um pro-

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