Revista FBG - Vol. 33 - nº1 - 2019

4 Revista FBG - Demonstração do preponderante papel das abertu- ras transitórias do esfíncter inferior do esôfago na patogênese da doença do refluxo gastroesofágico: descrição do aspecto fisiopatológico hoje eviden- te na caracterização do distúrbio motor que ocorre na enfermidade (1982 – John Dent e Wylie Dodds / Escola Médica de Wisconsin, EUA, e Centro Médico Flinders, Austrália). - Caracterização do primeiro recurso efetivo para o tratamento da colite ulcerativa sulfasalazina: desde então, a abordagem fisiopatológica e terapêutica da colite ulcerativa, ou da doença inflamatória intesti- nal, tem se expandido enormemente (1988 – Nanna Svartz / Instituto Karolinska, Suécia). - Primeira descrição de um fármaco que inibe efetiva- mente a produção ácida pelas células parietais do estômago por meio do bloqueio dos receptores H2 da histamina: as pesquisas com cimetidina e proprano- lol foram universalmente reconhecidas, conduzindo seu autor ao recebimento do Prêmio Nobel de Medi- cina (1988 – James W. Black / Universidade de Lon- dres, Inglaterra). - Caracterização da Helicobacter pylori e seu papel na doença péptica ulcerosa: além do aspecto inteira- mente novo da caracterização de uma bactéria pa- tológica habitando o estômago, abriram-se novos caminhos terapêuticos com a antibioticoterapia. Os autores foram reconhecidos pelo recebimento do Prêmio Nobel de Medicina (2005 - Barry Marshall e Robin Warren / Austrália). Antigamente, quando se pretendia uma abordagem diagnóstica ou terapêutica mais sofisticada, o recurso era viajar ao exterior para procurar ajuda, principal- mente nos Estados Unidos. Hoje, o Brasil acompanha as inovações terapêuticas e técnicas diagnósticas in- ternacionais. A gastroenterologia brasileira também evoluiu muito, tendo caminhado ao lado das mudan- ças, aperfeiçoamentos e inovações que têm ocorrido em âmbito mundial. A FBG tem passado por numerosas e diferentes ex- periências administrativas, mas sem jamais perder o foco de modernidade e acompanhamento das tendên- cias científicas mundiais. Desde sua criação, em 1949, foram 44 presidentes, distribuídos por 12 estados. Cinquenta congressos na- cionais de gastroenterologia e um congresso mundial, sem falar no número crescente de gastroenterologistas associados via federadas. A sede própria passou por diversas expansões e reformas, e hoje, em um amplo espaço moderno e muito bem localizado em São Paulo, serve de testemunho de uma sociedade do século 21, moderna e atuante. Tantas mudanças na medicina e no mundo fazem pensar sobre o futuro da nossa entidade. A FBG con- tinuará celebrando a união dos colegas e o progresso da especialidade, mas algumas questões afloram, cer- tamente com respostas imaginárias. Até onde vamos chegar no apuro diagnóstico e tratamento das doenças? Se as mudanças que nos esperam nas próximas décadas tiverem o mesmo impacto social, tecnológico e econômico-financeiro que vem tendo até hoje, como será o futuro? A medicina provavelmente continua- rá sendo arte, mas certamente haverá muito mais co- nhecimentos concretos do que agora, embasados em grossos pilares. Medicina preventiva de rotina dentro de práticas sociais, exames genômicos, sensores tatuados de constantes biológicas, implantes de chips para mo- nitoramento das funções vitais... até onde irão os testes diagnósticos? E o tratamento? Nanoterapia. Manipula- ção gênica. Microrrobôs desempenhando papéis não somente na cirurgia, mas na abordagem intracelular... Mas chega de especulações! Hoje, nosso dever é cumprimentar a FBG pelos objetivos cumpridos, pelo pa- pel importante que desempenha na comunidade e pela comemoração do aniversário. Nosso dever é dese- jar um futuro pleno e consistente com o pas- sado de orgulho! Joaquim Prado Pinto de Moraes Filho Editor da Revista FBG EDITORIAL Continuação

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