A Organização Mundial da Saúde (OMS) errou feio ao demorar para admitir que a COVID-19 era uma pandemia, em março de 2020. Depois, a mesma organização anunciou que a pandemia perderia força em meados de 2022. Mas uma segunda onda, ainda mais violenta que a primeira, veio ampliar o número de mortos, principalmente em países pobres. O termo pandemia se refere à distribuição geográfica de uma doença e não à sua gravidade.
Agora, na minha opinião, errou novamente na forma de comunicar que o vírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional, decretando o fim da emergência relacionada à doença. Assim como ocorreu com o vírus HIV nos anos 70, a COVID-19 continua a ter o status de pandemia.
Nos últimos anos, milhares de brasileiros afetados pelas fake news espalhadas por irresponsáveis negacionistas deixaram de se vacinar e, pior, de vacinar seus filhos. Isso fez com que a cobertura vacinal despencasse para índices preocupantes. Para compensar a falta de informações do Ministério da Saúde, a grande imprensa criou um consórcio para coletar Estado por Estado, os números da vacinação. Quando esse consorcio foi desfeito em janeiro deste ano, a cobertura vacinal estava assim: 85% para a primeira dose, 80% para a segunda dose e 50% para a dose de reforço. Em algumas cidades essa cobertura caiu de forma assustadora.
É neste cenário que a notícia de 05 de maio de 2023, data importante desde então, difundida pela OMS representa uma bomba com efeitos devastadores. A OMS não poderia esperar mais um pouco para preparar melhor esse anúncio, dando tempo para os países se prepararem para o dia seguinte? Isso porque uma coisa é o fato e outra é o boato. O boato de que não precisa mais tomar vacina já está se espalhando como um rastro de pólvora. O estrago está feito! Veja o caso do uso da máscara que ajudou a conter a contaminação e como efeito secundário a reduzir a incidência da gripe. As idas e vindas na obrigatoriedade do seu uso, fez com que a população decidisse abandoná-la. Agora a máscara é peça rara entre a população.
Resta aos profissionais responsáveis pelas áreas da saúde, educação e comunicação, atuarem para compensar esses estragos. Aprendemos muito com a COVID, infelizmente pelo lado do avesso!