Há pessoas que dão bom dia até para o jornalista garboso do jornal. Há outras – principalmente às segundas-feiras – que se sentem em um bom dia só lá pelas 18h.
Como fazemos quando os bons dias, as boas tardes e as boas noites são destinados sempre às mesmas pessoas? Desde que nos confinamos, ou pelo menos fingimos para a sociedade que o fizemos, as nossas cordialidades estão restritas.
Conversamos com os familiares, colegas de trabalho nas famigeradas calls e webmeetings ou aos poucos mascarados que encontramos pelas ruas indo ou vindo “de algum lugar essencial”.
Você conheceu alguém novo nesse período ou como sentiu-se ao conversar pela primeira com alguém fora da sua residência?
Sempre fui um tanto discreto. Mas agora, preciso confessar. Nunca encarei tanto as pessoas como tenho feito nos últimos meses. As máscaras viraram meus óculos escuros. Olho mesmo… até insisto as vezes na expectativa de, quem sabe, receber um aceno ou sorriso por trás do véu que nos camufla.
Um dia desses uma senhorinha me confundiu com alguém e pediu para eu tirar a máscara para comprovar que “eu não era o Claudinho”. Sorri com todas as partes do rosto que eu pude, respondi docemente que não, não era o Claudinho.
Ela permaneceu em dúvida. Tive que infringir a Lei 14.019/2020, me desculpe STF, abaixar a máscara e mostrar minha barba de 3 semanas e o maior número de dentes que eu pude. #beijodonacarminha!
Curiosamente, nessa pandemia ganhei clientes virtuais, salve @gediib, colegas de trabalho e até amigos virtuais. Serão todos Avatares?
Bom que o sejam… Melhor isso do que ser algum robô disparando notícias falsas por aí…
Um viva aos bons dias. Um viva aos sorrisos escondidos. Um viva aos amigos virtuais.