A insegurança dos últimos dias que tem abalado o mundo com a chegada da COVID-19 já apresenta um impacto econômico e social no Brasil. Desde o meio de março, as escolas estão fechadas, comércios se reinventando, famílias precisando encontrar um equilíbrio entre as atividades domésticas, o trabalho e, quando não precisam entreter a criançada, é preciso saber lidar com a solidão do enclausuramento.
Com esse cenário, as redes sociais ganham ainda mais espaço e, colado a ela, as Fake News – que trazem soluções rápidas e milagrosas de como combater o novo coronavírus. Nessa linha é possível encontrar de tudo, inclusive a indicação de medicamentos que ainda estão sendo testados, como a hidroxicloroquina indicada para tratar lúpus, uma doença inflamatória autoimune que pode afetar as articulações e diversos órgãos, como rins, pele e cérebro.
No início de abril, o presidente Jair Bolsonaro reproduziu em sua conta oficial do Twitter um vídeo mostrando desabastecimento de um mercado de produtos agrícolas em Contagem, Minas Gerais. O vídeo era falso, ele pediu desculpas e apagou da rede social, mas o caos já estava feito – enquanto autoridade mais importante e influente do Brasil, a checagem das informações se faz ainda mais necessária.
Quem trabalha com comunicação e jornalismo sabe da importância no processo de produção de conteúdo que é a checagem das fontes – pesquisar, apurar, entrevistar e confirmar as informações que possuem para escrever uma notícia. A adaptação do conteúdo para o público leitor também contribui para o maior entendimento sobre determinado tema, uma iniciativa nesse sentido aconteceu no dia 19 de março, com o lançamento da #CoronaNasPeriferias, formado por quase 100 coletivos de mídia e comunicadores das periferias de todo o País, para combater a Fake News nas comunidades.
Alternativas para buscar informações verídicas e atualizadas sobre a Pandemia não faltam, a dica sempre é buscar autoridades de área, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana da Saúde, braço regional da OMS, o Ministério da Saúde e as secretarias municipais e estaduais e evitar repassar informações sem certeza, mesmo que venham de amigos ou familiares.
O Ministério da Saúde lançou uma página direcionada a apontar o que é Fake News e o que é notícia verdadeira. De forma intuitiva, você envia o que recebeu em suas redes sociais, pelo whatsapp ou qualquer outro aplicativo e aguardar a checagem antes de continuar o compartilhamento, veja o que já foi esclarecido por aqui.
A boa notícia é que, nessa corrida por respostas em um ambiente incerto, a população tem dado atenção ao profissional de comunicação – a audiência da televisão aberta tem aumentado diariamente, o Jornal Nacional marcou 37 pontos na Grande São Paulo, durante o período de distanciamento social, onde cada um deles equivale a 203 mil pessoas.
Nunca vivemos uma era com tanta informação, mas neste caso o que mais importa é a qualidade do que você consome. A dinâmica da fake News é feita por aquele que faz e compartilha, por isso, fique atento e cheque a informação antes de compartilhar. Não contribua com esse sistema.