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Palavras e expressões preconceituosas que já não cabem mais no dia a dia

Palavras e expressões preconceituosas que já não cabem mais no dia a dia

Larissa Hanstenreiter Outros 02.12.2020

A língua está em constante evolução, novas palavras surgem, enquanto outras caem no esquecimento e algumas são incorporadas no cotidiano. Assim como o comportamento social muda ao longo dos anos , é necessário repensar e substituir vocabulários  em desuso vistos como expressões preconceituosas.

Repensar esses termos utilizados acontece pela necessidade de analisar o que se conecta com a conjuntura atual no cotidiano das pessoas. Afinal, sabemos que, muitas vezes, o que fazia sentido há vinte anos, talvez, hoje, não faça mais.

No meio da comunicação estar atento às transformações ao nosso redor é uma atitude ainda mais importante quando diz respeito aos diferentes tipos de linguagens. Principalmente, porque utilizar uma palavra ou colocação errada pode afetar seriamente a imagem da empresa com os clientes e parceiros.

 

Expressões preconceituosas para retirar do nosso cotidiano

É essencial manter-se atento ao que acontece à nossa volta, perceber as mudanças que ocorrem e compreender o contexto social em que são substituídas. Bem como, entender qual a necessidade dessa nova forma de pensamento e o porquê que muitas dessas palavras e expressões preconceituosas possuem raízes racistas e machistas.

Mas, afinal, quais as palavras e os termos que devem ser retirados do nosso vocabulário?

1. Denegrir

Segundo o dicionário Michaelis significa “tornar negro” e “ficar ou fazer ficar escuro” associando a negritude a algo negativo.

2. Doméstica

A palavra é derivada do termo “domesticar” e começou a ser utilizada na época da escravidão como se a pessoa tivesse que ser domesticada como se fosse um animal.

3. Judiar

Esse é um termo antissemita, que mostra o preconceito contra os judeus. A palavra foi criada com o intuito de ser associada a dor sentida pelos judeus, seria como “maltratada como um judeu”.

4. Homossexualismo

O prefixo “ismo” é utilizado para dar o sentido de doença a uma palavra, logo a palavra tem o caráter de tratar a homossexualidade como uma patologia.

5. Serviço de preto

A expressão é utilizada com a intenção de mostrar um trabalho mal feito e desqualificar o empenho de pessoas pretas.

6. Inveja branca

Assim como o termo preto é utilizado para demonstrar algo negativo, o “branco” é para reforçar uma ideia positiva, que não faz mal.

Magia negra, ovelha negra, mercado negro, a coisa tá preta, lista negra são alguns termos utilizados para insinuar algo negativo ou desqualificado. Fique atento a expressões que acompanhem o termo “negro(a)/preto(a)”, em muitas situações elas são racistas.

7. Feito nas coxas

Termo utilizado para falar sobre algo feito de maneira apressada e sem qualidade, tem ligação com os escravos que eram obrigados a utilizar suas coxas como molde para fabricação de telhas e como os corpos são diferentes entre si, elas não ficavam iguais.

8. Mal-amada

Expressão associa que a mulher só está plena e feliz se estiver em uma relação amorosa e sexual com um homem, como se a felicidade dela dependesse de estar em um relacionamento.

9. Criado-mudo

O nome da mesa de cabeceira vem do papel desempenhado por negros na época da escravidão, onde eles tinham que ficar sentado ao lado da cama em total silêncio segurando itens que poderiam ser utilizados pelos donos da casa.

10. Mulata

Na época da escravidão o filho de um branco com uma negra escrava passou a ser chamado de mulata, fazendo referência ao filhote do asno ou jegue com o cavalo ou égua, esse termo é utilizado até hoje para se referir a pessoas negras de pele clara.

 

O que fazer para estar atento?

Na vida, assim como em empresas, é necessário mudar o pensamento, o ambiente e as atitudes.

Fazer uma lista com palavras e expressões preconceituosas que não devem ser utilizadas pode ser o início, mas está muito longe de ser o ideal.

 

Já ouviu falar do teste do pescoço? 

Uma atitude para ser implementada na rotina e na cultura de empresas é ao analisar os espaços no ambiente de trabalho, fazer os seguintes questionamentos:

  1. Quantas pessoas negras têm nesse espaço?
  2. As pessoas negras estão em cargos representativos ou estão em cargos baixos e muitas vezes servindo outras pessoas?
  3. Gays, mulheres, indígenas e outras classes consideradas minorias, estão presentes nesse ambiente?
  4. Essas pessoas possuem vozes ativas nesse espaço?

Perceber quantas pessoas não brancas, cis e héteros estão presentes na sua vida e dentro da empresa, e quais são os cargos que essas pessoas possuem. Sobretudo, observar se elas são ouvidas e se podem expor seus pensamentos sem o medo de serem repreendidas é o início para criar ambientes com diversidade e que ajudem na evolução da pauta.

Para aprender sobre outras vivências, ter experiências fora do ciclo já estabelecido, e ter insights interessantes é necessário diversidade de pessoas, pensamentos e atitudes.

Não existe mudança quando todos da sala são iguais entre si.

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