ABHH em Revista #09/2023

#09 / 2023 POR MAIS “Presidir a ABHH foi uma experiência enriquecedora”, afirma o Dr. José Francisco Comenalli Marques Júnior página 10 ABRE ASPAS Influenciadores criam conteúdos para desmistificar a Hematologia e Hemoterapia nas redes sociais página 22 ESPECIAL Confira a trajetória do Dr. Carlos Chiattone, um dos fundadores da ABHH e presidente do HEMO 2023 página 32 PERFIL Criado há cinco anos, o Comitê de Acesso a Medicamentos da ABHH atua para garantir a incorporação de novas terapias para os pacientes onco-hematológicos e luta contra o desabastecimento de medicações já disponíveis no SUS e na saúde suplementar ACESSO Especial

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índice carta ao leitor p.08 | diretoria p.09 | você sabia? P. 26 | giro ABHH P. 36 abre aspas p.10 debate ABHH p.14 Dr. José Francisco Comenalli Marques Júnior faz um balanço da sua gestão à frente da ABHH Conheça mais sobre a atuação e o trabalho realizado pelo Comitê de Acesso a Medicamentos ciência p.28 Hematology, Transfusion and Cell Therapy obtém fator de impacto 2. 1 e consolida sua reputação internacional perfil p.32 Confira a trajetória do Dr. Carlos Chiattone, um dos fundadores da ABHH e presidente do HEMO 2023 INFORMES CORPORATIVOS DESSA EDIÇÃO Avaliação de comorbidades e o tratamento da LMC PG. 30 em perspectiva p.18 Em 2023, ABHH realizou 10 eventos científicos entre jornada, conferência, simpósios e encontros especial p.22 Influenciadores ajudam desmistificar a Hematologia e Hemoterapia nas redes sociais 09 / 2023 ABHH em Revista 3

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carta ao leitor 8 Uma andorinha só não faz verão, como diz o ditado. Quando assumi a ABHH em 2022, sabia do desafio que seria liderar uma sociedade de especialidade médica em franco crescimento, fruto do trabalho de inúmeras gestões anteriores. Foi desafiador e realizador. A tomada de decisão, representando uma entidade com mais de cinco mil associados, precisa ser ponderada e, ao mesmo tempo, ágil. Tive ao meu lado uma equipe competente, sensível e com capacidade de escuta. Juntos, tomamos as melhores decisões em prol da Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular no Brasil. Na prática, tomamos decisões em benefício dos pacientes oncohematológicos, protagonistas da nossa atuação. Na primeira entrevista que dei como presidente eleito da ABHH, usei a expressão servir. Ao longo desses dois anos, esta sempre foi a linha que adotei em todas as reuniões em que representei nossa associação. Aprendi muito nas inúmeras trocas com os membros dos nossos comitês, com a equipe de comunicação, nos vários eventos representando a ABHH, em nossas reuniões internas, sempre prezando o diálogo saudável e as evidências científicas para que nossa tomada de decisão fosse eficaz. Fui apenas uma andorinha em meio às outras. Sou muito grato por liderar a ABHH nos últimos dois anos. Deixo o cargo com alegria. Novas sementes foram plantadas e uma delas, que me orgulha, é a criação do Programa Equidade ABHH, um projeto necessário e construído a muito mãos pela Diretoria, Comitês e a equipe de comunicação da associação, a quem registro meu enorme agradecimento. Com uma estratégia de alcançar todo o Brasil, o programa segue balizando nossas ações internas e externas, além de provocar iniciativas parecidas em outras entidades e órgãos. Não posso encerrar esta mensagem sem falar do HEMO 2023. Presidido pelo Prof. Dr. Carlos Chiattone, o evento apresenta uma programação científica com temas relevantes e atuais, com o objetivo de promover muitos debates de alto nível com a presença de congressistas do Brasil e exterior. A Conferência Magna do professor italiano Massimo Federico, além de uma aula sobre linfomas, irá trazer valiosas lições de vida. A homenagem ao Prof. Dr. Dante Langhi Júnior, amigo querido, será mais do que merecida por sua dedicação de décadas ao fortalecimento da ABHH e de nossos pacientes. Encerro esta mensagem seguindo à disposição da ABHH, com o mesmo entusiasmo e brilho nos olhos de quando iniciei minha atuação associativa. Tenho orgulho em pertencer à ABHH. Servir a ABHH foi um prazer Dr. José Francisco Comenalli Marques Júnior Presidente da ABHH (2022-2023) ISSN 2179-4855 ABHH em Revista é uma publicação semestral da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) distribuída gratuitamente para seus associados. O conteúdo da publicação é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da ABHH. JORNALISTA RESPONSÁVEL Roberto Souza (Mtb 11.408) EDITOR Madson de Moraes REPORTAGEM Diego Freire Fernando Inocente Leila Vieira Roberto Souza REVISÃO Celina Karam PROJETO EDITORIAL Madson de Moraes PROJETO GRÁFICO Leonardo Fial DESIGNERS Lucas Bellini Marcelo Cielo Rafael Bastos FOTO DE CAPA Getty Images CONTATO COMERCIAL Caroline Frigene RS HEALTH Rua Cayowaá, 228 – Perdizes São Paulo – SP – 05018-000 (11) 3875-6296 rspress@rspress.com.br www.agenciars.co ABHH Rua Dr. Diogo de Faria, 775, conj. 133 Vila Clementino São Paulo - SP (11) 2369-7767 / (11) 2338-6764 abhh@abhh.org.br www.abhh.org.br @abhhoficial ABHH em Revista 09 / 2023

DIRETORIA ABHH 2022-2023 Conheça os especialistas que integram a direção da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular Dante Mário Langhi Jr. Diretor Administrativo Rodrigo Calado Vice-Diretor Científico Alfredo Mendrone Júnior Diretor Financeiro Angelo Maiolino Vice-Presidente Dimas Tadeu Covas Diretor Científico Eduardo Magalhães Rego Diretor de Relações Institucionais Carlos Sérgio Chiattone Vice-Diretor de Relações Institucionais José Francisco Comenalli Marques Júnior Presidente Glaciano Nogueira Ribeiro Diretor de Defesa Profissional Celso Arrais Vice-Diretor de Defesa Profissional Carmino Antônio de Souza Coordenador de Comitês Roberto Passetto Falcão Diretor Científico Emérito Dr. José Orlando Bordin Diretor de Orientação e Aconselhamento Renato Sampaio Tavares Diretor de Comunicação Leny Nascimento da Motta Passos Vice-Diretora Financeiro Jorge Vaz Pinto Neto Vice-Diretor de Comunicação Silvia Maria Meira Magalhães Vice-Diretora Administrativa 09 / 2023 ABHH em Revista 9

Finalizando sua gestão este ano à frente da ABHH, o Dr. José Francisco Comenalli Marques Júnior celebra o aprendizado e exalta o trabalho em equipe Por Madson de Moraes “Presidir a ABHH foi uma experiência enriquecedora” ABHH em Revista 09 / 2023 10 abre aspas Comunicação/ABHH

Quais os momentos mais marcantes nesses dois anos? Todos, sem exceção. Desde a rotina de viajar de Campinas para a capital paulista frequentemente, passando pela convivência com as pessoas maravilhosas que trabalham e colaboram para a ABHH. Destaco a realização dos HEMOs realizados em 2022 e este ano, em que promovemos o estreitamento de laços com o EHA por meio do evento conjunto que realizaremos dentro da programação do HEMO 2023 nos moldes do ASH Highlights. A incorporação da EHOG para publicação oficial em nossa revista HTCT foi outro marco importante. Publicamos ainda um livro comemorativo dos 20 anos da AIBE, uma parceria científica e afetiva importante para a ABHH. A ISBT também é outra conquista importante com a intensificação de eventos conjuntos no Brasil em um futuro próximo. Vale ressaltar que estas parcerias evoluem pela participação importantes de diretores da ABHH como Dante Langhi, Carmino de Souza, Rodrigo Calado, Eduardo Rego, Carlos Chiattone e Angelo Maiolino, entre outros. E, claro, tivemos o lançamento do Programa Equidade ABHH no HEMO 2022. A repercussão do Programa Equidade tem sido ótima. O que esperar dele no futuro? O tópico equidade faz parte da minha vida pessoal e profissional. Herdei dos meus pais e espero transmitir os mesmos valores aos meus filhos. Sempre trabalhei nas duas esferas, pública e privada, fazendo questão de tratar os pacientes da mesma forma apesar das diferentes O s anos de 2022 e 2023 foram de aprendizado e desafios para o médico hematologista José Francisco Comenalli Marques Júnior na presidência da ABHH. Ele, que deixa o cargo este ano, recebeu nossa reportagem durante uma reunião na sede da associação, na capital paulista. Dentre as inúmeras ações promovidas ao longo de dois anos, fruto do trabalho entre Diretoria, Comitês e equipes da ABHH, o Dr. Marques ressalta com orgulho o lançamento do Programa Equidade. “Ele se encaixou muito bem na atual filosofia da ABHH, que expandiu suas ações sociais, algo que iniciou com a criação do Comitê de Acesso na gestão anterior presidida pelo Dr. Dante Langhi. A semente da equidade germinou e cresceu rapidamente, conquistando um lugar de destaque no escopo da ABHH”, afirma. Confira os principais trechos da entrevista. No seu discurso de posse, o senhor disse que desejava servir. Conseguiu? Muito! Dediquei grande parte do meu tempo, ao longo desses dois anos, à ABHH, abrindo mão inclusive de algumas atividades profissionais e pessoais. Foi um pacto comigo mesmo que consegui cumprir com satisfação e compromisso. Servir a ABHH como seu presidente foi uma experiência muito enriquecedora, que me fez crescer como profissional e pessoa. Foram muitas surpresas, mas também desafios. As surpresas foram estimulantes para seguir em frente com diversos objetivos e aspirações, mas foram os desafios que me forneceram os principais aprendizados. Posso dizer que saio da gestão muito diferente do que entrei. E levarei esse crescimento para toda a vida que tenho pela frente. Presidir a ABHH trouxe quais tipos de aprendizado? Os aprendizados serviram para que eu enxergasse coisas diferentes que via durante a atuação associativa. Além das alegrias que certas tomadas de decisão trazem por impactar positivamente a vida dos nossos pacientes, presidir uma entidade enorme como a ABHH traz alguma angústia e sofrimento. Mas foram emoções extremamente necessárias para um crescimento que eu precisava enquanto gestor, médico e cidadão. O trabalho diário nas demandas, que são muitas dentro da ABHH, exige celeridade, imparcialidade e resolutividade. Isso não é fácil, mas a conquista dessa tranquilidade de consciência com que deixo a presidência é incomensurável. Agradeço por isso! Dr. Marques durante a segunda edição da Corrida e Caminhada Um Só Sangue, em São Paulo 09 / 2023 ABHH em Revista 11

condições de disponibilidade de recursos, medicamentos e procedimentos. Estimulado por iniciativa da ASH, criamos o Programa Equidade ABHH e um comitê. Esse é um projeto que se encaixou muito bem na atual filosofia da ABHH de expandir suas ações sociais. A semente da equidade germinou e cresceu rapidamente dentro da associação, guiando nossas ações e provocando iniciativas semelhantes em outras entidades médicas. Apresentamos o programa em diferentes reuniões e eventos, como no Congresso Nacional, e o futuro do programa tem tudo para tornar a ABHH protagonista nas discussões de acesso e equidade nas áreas em que atua. O relacionamento da ABHH com as entidades governamentais e outros órgãos também segue fortalecido? Esse é um empenho constante desde as gestões anteriores da ABHH, o que resultou em uma grande credibilidade da associação junto aos órgãos governamentais como Anvisa, CFM e Ministério da Saúde, entre outros. Hoje somos frequentemente convidados para discutir ações que envolvem a Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, seja para opinarmos, seja para tirarmos dúvidas, fazermos sugestões e até para participar de decisões envolvendo temas afins. Tão importante quanto isso foi a aproximação e a reaproximação com outros órgãos, não necessariamente governamentais, como a AMB e sociedades médicas incluindo a SBTMO e a SBOC, além de ONGs como ABRALE, ABRASTA e TJCC, aumentando nosso leque de ações e participações. Após presidir a ABHH, ponto máximo da vida associativa, o que pretende fazer? Acredito que nunca abandonarei a vida associativa mesmo atuando somente como voluntário. Isso faz parte da minha missão. Além de me sentir bem e me realizar, é um tempo de gratidão que ofereço por tudo que me foi concedido na vida. Acredito que um sonho possa continuar mesmo após ter sido realizado. Isso independe do fechamento de ciclos, tão necessário para nossa evolução. Os sonhos realizados continuam a fazer parte da minha vida, destacando o de ser médico, o de ser hematologista, o de trabalhar em uma universidade conceituada que é a Unicamp, o de ser esposo, pai e, porque não, de ter sido presidente da maior Associação de Hematologistas e Hemoterapeutas do nosso país. Sigo com o mesmo entusiasmo e brilho no olho de quando iniciei minha atuação dentro da ABHH. Como disse em minha posse e repito neste discurso de despedida da presidência, serei sempre um servidor da ABHH. Durante o lançamento do Programa Equidade ABHH no HEMO 2022 ABHH em Revista 09 / 2023 12 Comunicação/ABHH C M Y CM MY CY CMY K

CONFERÊNCIA MASSIMO "Linfomas: 50 anos de sucessos (muitos) e de fracassos (poucos, mas dolorosos)" Lymphomas: 50 years of successes (many) and failures (few but painful) 28 DE OUTUBRO DE 2023 October, 28 - 2023 10:30 às 11:30 MAGNA Auditórios / Auditoriums 3-4 - Térreo Presidente do Hemo 2023 President of HEMO 2023 FEDERICO Carlos Chiattone Moderador / Moderator University of Modena and Reggio Emilia - Itália

Por Diego Freire Criado em 2018, o Comitê de Acesso a Medicamentos da ABHH atua para garantir a incorporação de novas tecnologias (medicamentos e procedimentos) para pacientes onco-hematológicos e luta contra o desabastecimento de medicações já disponíveis no SUS e/ou na saúde suplementar ABHH em Revista 09 / 2023 14 ABHH em ação POR MAIS ACESSO Comunicação/ABHH

C inco anos atrás, a ABHH deu um passo importante em sua trajetória de defesa dos pacientes onco-hematológicos ao criar seu Comitê de Acesso a Medicamentos. O novo comitê surgiu com o objetivo de a ABHH oferecer apoio técnico e consultivo às decisões da esfera federal relacionadas à incorporação de novos medicamentos e terapias no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e na saúde suplementar. Na prática, a missão do Comitê de Acesso a Medicamentos da ABHH é respaldar tecnicamente decisões sobre novas incorporações, acompanhar desabastecimentos de medicamentos essenciais e representar e defender os direitos dos pacientes onco-hematológicos. É papel também desse grupo de trabalho estabelecer um diálogo fluido e ativo com os tomadores de decisão em nível federal – como a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) e a Agência Nacional de Sade (ANS), por exemplo –, com a indústria que pesquisa e com as associações de pacientes onco-hematológicos. Ao longo desse tempo, todas as iniciativas da ABHH em acesso estão amparadas pelas evidências científicas mais atuais e são construídas em diálogo permanente entre seus comitês técnicos-científicos, tendo o apoio de especialistas em farmacoeconomia. Essa mobilização da associação resultou em conquistas para pacientes onco-hematológicos atendidos pelo SUS e os que estão cobertos por planos de saúde. Para os pacientes atendidos pela rede pública de saúde, a ABHH protagonizou algumas aprovações recentes como, por exemplo, a aprovação na Conitec do Blinatumomabe, indicado para o tratamento de pacientes com leucemia linfoblástica aguda B derivada pediátrica em primeira recidiva medular de alto risco. Na mais recente atualização do Rol, a ANS acrescentou quatro novos medicamentos, entre eles o zanubrutinibe, para pacientes com linfoma de manto (LCM). A inclusão do tratamento foi endossada em agosto de 2022 pela ABHH por meio de documento técnico enviado à ANS (veja um box na página 17 com a atuação da ABHH na incorporação de novas tecnologias em saúde). No geral, entre essas submissões e mesmo cartas para endossar indicações, estão recomendações da ABHH para medicamentos para leucemia mieloide aguda, anemia aplástica, policitemia vera, mieloma múltiplo, leucemia linfoide crônica (e LLC recidivada e LLC primeira linha) e linfoma de célula do manto. Para o coordenador do Comitê de Acesso a Medicamentos, Dr. Angelo Maiolino, os resultados alcançados pela associação na saúde pública e suplementar mostram seu comprometimento em sua missão de atuar para oferecer os tratamentos mais modernos e novas tecnologias no tratamento dos pacientes que representa. "O trabalho do Comitê de Acesso a Medicamentos não começa com a submissão de novos medicamentos a serem incorporados e muito menos termina quando as incorporações são finalmente aprovadas pelos órgãos competentes. Esse processo segue sendo aprimorado ano após ano na esteira do aprimoramento do próprio conhecimento científico", afirma o Dr. Maiolino. Criação em 2018 A ideia de a ABHH criar um Comitê de Acesso a Medicamentos surgiu após a participação da associação, em 2016, como representante para assuntos relacionados à Hematologia e à Hemoterapia em reuniões do Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde (COSAÚDE). Foi a primeira vez que a ABHH participou do processo de integração de um medicamento no Rol da ANS. Nos dois anos seguintes, a associação seguiu promovendo ações de difusão do conhecimento técnico e científico sobre o processo de incorporação de novas tecnologias na saúde pública e privada, oferecendo informações ao médico para orientar seu paciente sobre a existência de tratamentos mais modernos disponíveis globalmente. Essa maturidade da ABHH na área de acesso culminou com a realização, em 2018, do 1º Treinamento de Acesso a Medicamentos, voltado aos membros do 09 / 2023 ABHH em Revista 15 Todas as iniciativas da ABHH em acesso estão amparadas pelas evidências científicas mais atuais e são construídas em diálogo permanente entre seus comitês técnicoscientíficos

comitê em parceria com consultoria especializada na incorporação de novas drogas. O treinamento mostrou como funciona o processo de incorporação das novas tecnologias em saúde pública e privada. Durante o HEMO daquele ano, a ABHH promoveu uma mesa-redonda sobre o tema e, em 2019, inovou ao promover o 1º Fórum sobre Disponibilidade de Acesso à Medicação no Brasil. Realizado em São Paulo, o fórum reuniu profissionais de saúde e representantes de sociedades médicas e de pacientes, da indústria farmacêutica e de agências reguladoras para discutir, além do acesso, incorporação de novas drogas e o desabastecimento de remédios essenciais para o tratamento onco-hematológico na saúde pública e suplementar. Desde então, o fórum integra a programação do HEMO. “Há um grau de inovação grande no tratamento do câncer de modo geral e a incorporação desses tratamentos, tanto no SUS quanto no sistema privado, é um desafio. A ABHH acompanha todo este progresso sempre com o olhar atento às necessidades reais da população, como uma espécie de procuradora dos médicos que a atendem e que desejam que seus pacientes tenham acesso a terapêuticas que são decisivas no sucesso do Em 2022, a ABHH criou o Programa Equidade ABHH para desenvolver e fortalecer ações nas áreas da Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular no âmbito dos sistemas de saúde. Um marco para a ABHH, o programa defende que políticas públicas sejam criadas se levando em consideração determinantes sociais de saúde, disseminando o acesso igualitário a medicamentos essenciais e novas tecnologias igualmente na saúde suplementar e SUS. As repercussões sobre o programa têm sido positivas. “Já tem dado resultados surpreendentes, tanto na abordagem social quanto na científica e junto à indústria. O Programa Equidade é uma bandeira importante dessa e das futuras gestões”, reforça o Dr. José Francisco Comenalli Marques Júnior, presidente da ABHH. ACESSO E EQUIDADE Saiba mais e ajude a divulgar o Programa Equidade ABHH ABHH em Revista 09 / 2023 16 Segunda edição do Fórum de Acesso a Medicamentos realizado durante o HEMO 2019 Comunicação/ABHH

tratamento", explica o coordenador dos Comitês Técnicos-Científicos da associação, Dr. Carmino Antônio de Souza. A ABHH também dá voz à comunidade médica e aos pacientes em um dos momentos mais importantes do processo de tomada de decisão para a incorporação de novas tecnologias ao SUS e à saúde suplementar: o das consultas públicas. Desde 2019, a ABHH mobilizou a participação social em diversas etapas do processo de incorporação, especialmente em inúmeras consultas públicas promovidas pela ANS ou Conitec, seja por meio de pareceres técnicos a respeito das tecnologias em avaliação, seja encorajando a sociedade a também se manifestar. Diálogo ativo e permanente Ao longo desses cinco anos de existência do comitê, a ABHH mantém um canal aberto e ativo junto com órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Conitec, a ANS, a Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados e o Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), entre outros. Como resultado do trabalho, a ABHH é frequentemente convidada para participar da elaboração dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs). Na atuação em defesa dos pacientes, o presidente da ABHH, Dr. José Francisco Comenalli Marques Júnior, destaca que todas as iniciativas da associação de apoio técnico às decisões da esfera federal relacionadas à incorporação de novos medicamentos e a terapias não possuem com qualquer tipo de patrocínio ou suporte da indústria ou governo. “O interesse da ABHH com as ações do comitê é a defesa do melhor tratamento para o paciente”, ressalta o presidente. Para o Dr. Jorge Vaz Neto, membro do Comitê de Acesso, a ABHH é isenta tanto do lado da relação com as indústrias quanto do lado da relação com o poder público. Ele ressalta também a forte capacidade de mobilização da ABHH na defesa dos pacientes. “Isso mostra que algo saído de uma discussão teórica gera uma ação prática”, assinala. Todas as ações coordenadas pela ABHH, do acesso à realização de eventos, são embasadas no seu Código de Ética e Conduta, que traz diretrizes que orientam seu trabalho e diálogo com os variados públicos e instituições. 09 / 2023 ABHH em Revista 17 2018 • Treinamento de Acesso a Medicamentos • Criação do Comitê de Acesso a Medicamentos 2019 • Realização do I Fórum sobre Disponibilidade de Acesso • Mais de 70 demandas de incorporações recebidas pela ABHH • 9 submissões incorporadas na ANS • 1 submissão incorporada na Conitec 2020 • 9 incorporações feitas para a ANS • 6 endossos elaborados para a Anvisa 2021 • 1 endosso elaborado para a Anvisa • 1 submissão não incorporada na Conitec 2022 • Criação do Programa Equidade ABHH • Aprovação do Blinatomumabe pela Conitec • 8 submissões e 3 incorporações na Conitec • 2 endossos, 4 submissões e 4 incorporações na ANS 2023 • Construção de lista de medicamentos essenciais pelos Comitês da ABHH (essencialidade) • 7 endossos, sendo 1 incorporado e 2 com Consultas Públicas da ANS em andamento • 3 submissões na Conitec, sendo 2 em andamento e 1 não incorporada • 1 endosso e 1 submissão na ANS não incorporada Os dados em andamento podem ser alterados. ATUAÇÃO DA ABHH NA INCORPORAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE

vezes ABHH Em 2023, associação realizou 10 eventos científicos, entre jornada, conferência, simpósios e encontros, culminando no HEMO 2023, seu evento principal Por Fernando Inocente A ABHH realizou 10 eventos científicos em 2023, abordando temas bastante relevantes e atuais nas áreas de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. Jornada, conferência, simpósios e encontros, alguns em formato virtual e outros já no presencial, reuniram ótimo público e provocaram discussões importantes. Jornada Científica: Boas Práticas no Manejo da Leucemia Aguda Realizada em 17 de março em Natal (RN), a jornada foi o primeiro evento regional do Programa Equidade ABHH. O encontro contou com a participação de 100 pessoas e a presença de equipes de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia de instituições de saúde do Rio Grande do Norte e representantes de outros estados. O evento, promovido por meio do nosso Comitê de Equidade, foi um marco. Ele possibilitou um olhar mais focado nas realidades e nos desafios locais. Durante a passagem da ABHH pela cidade, uma comitiva da associação visitou serviços que atendem à população, tentando contribuir com estratégias e melhorias. 13° Brazilian Lymphoma Conference Maior evento da América Latina e um dos maiores do mundo sobre doenças linfoproliferativas, o 13º Brazilian Lymphoma Conference (BLC) superou a marca de mil inscritos. Realizado remotamente entre 29 de março e 1º de abril, o encontro foi coordenado pelo Dr. Carlos Chiattone, diretor da ABHH. O BLC 2023 ofereceu mais de 25 horas de conteúdo. Durante quatro dias, participaram estudantes, especialistas, pesquisadores e speakers Dez ABHH em Revista 09 / 2023 18 em perspectiva Fotos: Comunicação/ABHH

do Brasil e de países, que debateram as atualizações sobre linfoma na área científica e na prática clínica. A Conferência Magna na edição deste ano foi ministrada pelo médico chileno Franco Cavalli, que apresentou estudos recentes realizados por pesquisadores de Lugano, na Itália. II Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo Realizado nos dias 14 e 15 de abril, ocorreu o 2º Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo. O evento online foi promovido pela ABHH em parceria com o Grupo Brasileiro de Citometria de Fluxo (GBCFLUX). Ao longo de sete horas de conteúdo, diferentes aspectos da citometria de fluxo foram abordados por diversos profissionais da saúde, permitindo um rico intercâmbio de conhecimento. X Encontro do Comitê de Glóbulos Vermelhos e do Ferro Realizado nos dias 12 e 13 de maio, em São Paulo, o X Encontro do Comitê de Glóbulos Vermelhos e Ferro da ABHH levantou discussões e atualizações na área da Hematologia, com promoção de mesas-redondas e simpósios corporativos. O evento teve a presença de 212 pessoas, vindas de todos os estados do Brasil, além da presença da Dra. Joice Aragão, da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde. Na pauta da reunião com a coordenadora, a ABHH apresentou seu Programa de Equidade, além de discutir assuntos bilaterais. Workshop ERIC e ABHH Com o tema “Realizando Medicina de Precisão na Leucemia Linfoide Crônica (LLC) – Qual é a importância dos biomarcadores?”, o workshop - organizado em conjunto com a European Research Initiative on CLL (Eric) - aconteceu em Brasília, nos dias 25 e 26 de maio, e teve a presença de speakers internacionais e mais de 60 inscritos. O Eric (European Research Initiative on CLL) trabalha em prol da melhora do resultado do tratamento de pacientes com LLC e doenças relacionadas. Para o Diretor de Comunicação da ABHH, Dr. Renato Tavares, o evento foi de alto nível, trazendo à tona discussões de padronização, interpretação e implementação de metodologia laboratorial e acompanhamento de pacientes com LLC, que acontece no mundo todo e está chegando ao Brasil. Encontro Nacional da Hemorrede Pública e Privada Coordenado pelos Dr. Dante Langhi Júnior e Dr. Dimas Tadeu Covas, ambos diretores da ABHH, o evento aconteceu no dia 4 de agosto, na capital paulista, e reuniu 170 pessoas. O encontro foi estruturado nas áreas de Organização, Legislação, Financiamento e Hemoderivados e teve a participação de representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e da Dra. Joice Aragão de Jesus, coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde. "Tivemos a oportunidade de realizar esse evento presencial, no qual voltamos a discutir os caminhos da hemoterapia no Brasil", afirmou, durante o encontro, o Dr. Dante. 09 / 2023 ABHH em Revista 19

Workshop de Lâminas: A morfologia ainda importa? Também em 4 de agosto, a ABHH promoveu o “Workshop de Lâminas: A morfologia ainda importa? Introdução ao Estudo Morfológico das doenças hematológicas e onco- -hematológicas em pediatria”. O evento reuniu onco-hematologistas pediátricos, residentes em Hematologia e oncologistas pediátricos. O workshop foi coordenado pelas Dras. Maria Lúcia de Martino Lee e Sandra Regina Loggetto. Simpósio Brasileiro sobre a Produção de Hemoderivados Com o tema “Plasma: o que o Brasil precisa?”, o evento realizado no formato online ocorreu entre 11 e 12 de agosto, promovendo discussões sobre a distribuição de plasma no Brasil nos vieses políticos e éticos. A programação reuniu temas como necessidades e oferta, modelos e riscos sobre doação de plasma e imunoglobulinas: usos e mecanismos de ação, além do debate sobre a Proposta de Emenda à Constituição 10/22, em tramitação no Congresso Nacional, que dispõe sobre as condições e os requisitos para a coleta e o processamento de plasma humano. Os coordenadores do evento foram o Dr. Dante Langhi Júnior e Dr. Dimas Tadeu Covas. 4º Simpósio de Terapias Avançadas Células e Genes Promovido de 1º a 2 de setembro, na capital paulista, o 4º Simpósio de Terapias Avançadas Células e Genes (TACG) reuniu cerca de 200 especialistas que atuam no Brasil e no mundo, para uma atualização dos estudos mais recentes sobre terapias celulares e gênicas. O TACG é uma iniciativa da ABHH, em substituição à tradicional Jornada Brasileira de Hemoterapia. O objetivo é ampliar a troca de visões e experiências sobre os avanços em terapia celular e gênica. “Foi uma edição repleta de intercâmbio de informações capitaneado pela ABHH”, afirmou o presidente da associação, Dr. José Marques Comenalli Marques Júnior. HEMO 2023 Realizado de 25 a 28 de outubro, em São Paulo, o congresso reunirá médicos, pesquisadores, residentes, estudantes, gestores, representantes da indústria farmacêutica e de associações de pacientes para mais intercâmbio global de informações em Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, tanto sobre diversidade de temáticas quanto de opiniões vindas de todos os continentes. Na edição deste ano, mais de 60 speakers de 19 países estão confirmados na programação. A Conferência Magna será realizada pelo médico onco-hematologista italiano Massimo Federico. O HEMO 2023 terá também os tradicionais simpósios conjuntos, feitos em parceria com a EHA e o ASH. A expectativa é receber mais de 3 mil pessoas ao longo de todo o evento. ABHH em Revista 09 / 2023 20 Getty Images

09 / 2023 ABHH em Revista 21 INFORMECORPORATIVO O conteúdo deste anúncio é de inteira responsabilidade da empresa e não representa necessariamente a opinião da ABHH. A Pint Pharma é uma companhia farmacêutica de biotecnologia que está no Brasil desde 2017 com sede na Europa e DNA latino-americano. Comercializamos e registramos tratamentos altamente especializados em parceria com laboratórios farmacêuticos líderes mundiais, o que nos possibilita ser um provedor pan-americano de tratamentos inovadores e de alto valor agregado em: 0800 3060686 sac.brasil@pint-pharma.com Para saber mais sobre a Pint Pharma escaneie o QR Code: ONCOLOGIA HEMATOLOGIA DOENÇAS RARAS Material destinado à classe médica. ICL_2023_Agosto_014 – Produzido em Julho de 2023 O conteúdo deste anúncio é de inteira responsabilidade da empresa e não representa necessariamente a opinião da ABHH.

Influenciadores digitais criam conteúdos nas redes sociais para desmistificar a Hematologia e áreas correlatas Por Leila Vieira E les criam conteúdos sobre Hematologia e áreas correlatas em seus perfis nas redes sociais. Nesta produção de conteúdo, eles apostam em formatos como posts, reels e stories para educar seu público, formado por médicos recém-formados, jovens hematologistas e hemoterapeutas e outros profissionais da saúde. Os nomes a seguir foram convidados pela ABHH para repercutirem os principais destaques do HEMO 2023 em seus perfis nas redes sociais. Conheça a seguir seis influenciadores digitais que ajudam a popularizar a Hematologia e Hemoterapia nas redes! Helena Varela (@hemoflow) Biomédica especialista em Hematologia e Citometria de Fluxo, Helena criou o perfil @hemoflow para explicar os princípios, aplicações clínicas e na pesquisa científica sobre Citometria. O público-alvo, diz a influencer, são principalmente estudantes da área que não possuem acesso a muitos materiais sobre o assunto em português. O @hemoflow possui mais de 7.400 seguidores no Instagram e, no LinkedIn, mais de 2.600 seguidores. “O público que acompanha o @hemoflow é bem diverso e a grande maioria é formada por profissionais jovens, com interações de pessoas de gerações anteriores. A página já desenvolveu projetos como a criação do livro digital solidário e o Citometria pelo Brasil, que busca dar visibilidade para as equipes de cliometristas de todas as regiões do Brasil", especial Influencers no HEMO 2023 ABHH em Revista 09 / 2023 22 Getty Images

explica Helena, que é supervisora clínica do laboratório de Citometria de fluxo do Beth Israel Deaconess Medical Center do Harvard Medical School em Boston, nos Estados Unidos. Sendo umas das principais páginas sobre citometria de fluxo em língua portuguesa, Helena quer dar voos mais altos. “Além de continuar divulgando a técnica para o público brasileiro, tenho a meta de levar o nome da Citometria brasileira para o patamar internacional. Meu grande sonho é criar um projeto de bolsas que viabilize a ida de cliometristas brasileiros a congressos internacionais, para que apresentem seus trabalhos e representem suas equipes”, afirma. Jefferson Carrilho (@analisesclinicas. pratica) Ensinar o que realmente importa em análises clínicas (em especial Oncohematologia) para profissionais em busca de melhores oportunidades foi o que motivou o biomédico Jeferson M. Carrilho a criar o perfil @analisesclinicas.pratica no Instagram. Os principais assuntos postados estão relacionados à rotina de trabalho na Hematologia e nas demais áreas do diagnóstico laboratorial. No Instagram, são quase 60 mil seguidores e mais de 15 mil no LinkedIn, além dos quase 3 mil inscritos no YouTube. Ele participou do HEMO 2022 e conta que seus stories postados durante o congresso da ABHH foram visualizados por mais de 50 mil pessoas, que puderam saber em tempo real algumas das principais atualizações apresentadas no maior congresso de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular do Hemisfério Sul. Carrilho, que atua como especialista em medicina de precisão no Grupo Oncoclinicas e dá aulas em programas de pós-graduação, é atualmente doutorando pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde desenvolve um projeto de pesquisa relacionado a novos biomarcadores para diagnóstico e tratamento da leucemia mieloide aguda. “Minha ideia inicial era atingir apenas meus alunos da pós-graduação e, hoje, já são milhares de pessoas impactadas pelos conteúdos. Para mim, quanto mais pessoas souberem sobre medicina laboratorial na prática, melhor. A Hematologia é uma das áreas que mais desperta interesse nos seguidores. Sempre há um engajamento grande, pois é uma das principais áreas das análises clínicas", afirma. André Hirose (@andre.bmd) Quando lançou o perfil @andre.bmd em 2021, a ideia do biomédico André Hirose era compartilhar conteúdo para ajudar recém-formados e destacar suas experiências. Na época da criação, ele trabalhava no Hospital Regional de São José, em Florianópolis. Atualmente, o perfil conta com quase 2 mil seguidores. Os posts publicados são desenvolvidos a partir de casos que surgem em seu dia a dia ou a partir de mensagens que ele recebe pelo perfil. A maior parte dos seguidores é de jovens que trabalham com Hematologia em laboratórios. André não imaginou o alcance que o perfil teria nas redes sociais e só percebeu o tamanho quando foi convidado pela ABHH para participar do HEMO. “A Hematologia, assim como qualquer área da saúde, está em constante desenvolvimento tecnológico, e o HEMO mostra isso. O alcance das publicações no perfil é muito bom. Meu objetivo é ajudar outros profissionais e estudantes, e acredito que todo o resto é consequência de um bom trabalho. Sou muito aberto a novas experiências e desafios, e acredito que esse pensamento faz com que coisas boas como a parceria com o HEMO aconteçam”, destaca o biomédico. Gabriel Coradini (@biomedico.gabriel) Acostumado a postar conteúdo sobre sua atividade como biomédico com foco em Oncohematologia sem muito compromisso como criador de 09 / 2023 ABHH em Revista 23

conteúdo, foi um pedido de um seguidor que fez com que Gabriel Coradine criasse o perfil @biomedico.gabriel em 2022. O perfil, que conta com mais de 1.800 seguidores, é direcionado para jovens profissionais e estudantes. Lá Gabriel compartilha fotos de lâminas com diagnósticos de doenças oncohematológicas para estimular o debate e ouvir opiniões, além de trazer informações sobre essas doenças. O momento mais importante após a criação da página, ressalta, foi participar como convidado do HEMO. “Meu maior desejo é que cada vez mais possamos trabalhar como uma equipe multidisciplinar e estarmos juntos para o bem-estar e saúde do paciente. Que possamos trocar experiências e debater o máximo de informação disponível. Creio que tudo isso funciona como degraus de uma escada e precisamos uns dos outros para que possamos crescer juntos”, diz. Camila Guedes (@camillaguedes.af) Em 2021, durante a pandemia, Camila Guedes passava o tempo em casa estudando a distância. Neste contexto, decidiu começar a gravar vídeos e compartilhar como é conviver com a doença falciforme. Foi quando ela criou um perfil no Instagram para contar a rotina de quem convive com a doença. O perfil de Camila, de 22 anos e de São Paulo, ruma aos 10 mil seguidores. “Eu não imaginava que conseguiria encontrar outras pessoas na mesma condição, porque sempre disseram para mim que a anemia falciforme era uma doença rara”, lembra ao relatar como as conexões foram se formando. Rapidamente, o perfil deixou de ser um diário pessoal e virou referência de conteúdo sobre doenças falciformes nas redes. “Acabei criando uma certa responsabilidade em cima disso porque, até então, eu contava as minhas histórias pessoais e passei a ser uma referência em conteúdo informativo”, diz Camila ao reconhecer a importância de seu papel em desmistificar a doença. Dr. Luiz Arthur (@drluizarthur) Especialista e Mestre em Hematologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Doutor em Bioquímica e Fisiologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luiz Arthur Calheiros Leite se tornou referência em conteúdo científico sobre hematologia laboratorial de forma prática e simplificada para públicos amplos, não somente médicos e médicas. Natural de Maceió (AL) e um dos autores do “Atlas de Hematologia laboratorial”, os conteúdos postados em seu perfil abordam temas da área da Hematologia e Hemoterapia, compartilhados em formatos como posts, quiz, reels e lives. O hematologista conta que aproveitará sua presença no HEMO 2023 para divulgar atualizações sobre Hematologia e tumores do tecido hematológico e linfóides a seus seguidores, que são cerca de 40 mil pessoas, somando os seguidores do seu perfil no Instagram e no Linkedin. “Gosto muito do HEMO. Foi o congresso que mais participei e na qual encontrarei mais amigos da Hematologia", afirma. C M Y CM MY CY CMY K ABHH em Revista 09 / 2023 24

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você sabia? Consultas públicas e a participação social Engajamento da população nas consultas públicas em saúde pode ser decisivo no processo de incorporação de novas tecnologias no SUS e na saúde suplementar A s incorporações de novas drogas, procedimentos e tecnologias nos sistemas público e privado de saúde no Brasil são processos longos, técnicos e envolvem inúmeras etapas. A incorporação de novas tecnologias no Sistema único de Saúde (SUS) são analisadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Na saúde suplementar, quem faz a recomendação para incorporação ou não é a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A inclusão de uma nova tecnologia em saúde precisa ser demandada, quando algum ator interessado requisita que determinada inovação chegue ao SUS ou planos de saúde. Uma das etapas deste processo de análise da incorporação de um novo medicamento ou tecnologia são as consultas públicas, um mecanismo de participação social, de caráter consultivo e realizado com prazo definido e aberto a qualquer interessado. Na consulta pública, a participação da população é fundamental para ajudar nas decisões tomadas pela Conitec e ANS. “Quanto mais ampla for a manifestação da sociedade, maior será a chance de sua voz ser considerada na decisão final da incorporação ou da sua não incorporação. Graças ao trabalho incansável das associações de especialidades médicas, como a ABHH, e das associações que representam pacientes, vejo que estamos evoluindo muito nos últimos tempos”, explica o coordenador do Comitê de Acesso a Medicamentos da ABHH, Dr. Angelo Maiolino. “É claro que grupos mais próximos de determinada tecnologia em debate vão ter um engajamento maior, mas cabe às sociedades científicas, em conjunto com outros grupos, esclarecer insistentemente qual a importância da disponibilização de novas tecnologias e possibilidade de acesso mais amplo a uma fatia cada vez maior da população”, acrescenta. A movimentação da ABHH no cenário de acesso a medicamentos para pacientes onco-hematológicos, acrescenta Maiolino, ocorre com respaldo de seus 22 comitês. “Nossos comitês técnicos-científicos identificam alguma carência, especialmente dentro do SUS ou na saúde suplementar, e trabalham para validar aquela submissão”, afirma. Toda esta atuação da ABHH acontece com transparência e ampla divulgação. “As agências de regulação, por sua vez, também têm por obrigação tornar públicas as demandas que foram apresentadas, sejam elas positivas, sejam negativas a decisão pela incorporação, permitindo que a população se manifeste”, assinala. Uma das etapas deste processo de análise da incorporação de um novo medicamento ou tecnologia no SUS ou na saúde suplementar são as consultas públicas, um mecanismo de participação social, de caráter consultivo e realizado com prazo definido e aberto a qualquer interessado ABHH em Revista 09 / 2023 26

09 / 2023 ABHH em Revista 27 Ibrutinibe é submetido à Conitec, atendendo a lista de medicamentos essenciais da OMS A ABHH foi notificada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no Sistema Único de Saúde (Conitec/SUS) de que o processo de submissão do medicamento Ibrutinibe no tratamento da Leucemia Linfocítica Crônica, para pacientes recidivados-refratários (LLC RR) inelegíveis a tratamento com análogos de purina, foi oficialmente iniciado. Essa é uma demanda mapeada pelos Comitês de LLC e Equidade da ABHH, através de seu programa de essencialidade, que identificou a necessidade de incorporações de medicamentos essenciais no sistema público e que está alinhada com a lista de medicamentos obrigatórios ou essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS). Por isso, há um grande esforço para respaldar a Conitec no processo de entendimento sobre a tecnologia. Desta forma, os Comitês da ABHH respaldam, de maneira técnica, decisões importantes que impactam a vida de milhares de pessoas. Em breve, a Consulta Pública da Conitec referente a essa submissão será aberta e você poderá participar, relatando sua opinião e experiência técnico-científica e contribuindo, assim, para o tratamento de pacientes com LLC RR no SUS. Também poderá mobilizar outras pessoas da sociedade civil e especialistas a participarem deste movimento. Por que a incorporação do Ibrutinibe no tratamento da LLC RR no SUS é importante? O Ibrutinibe é um medicamento da classe dos inibidores da tirosina quinase de Bruton (BTKi), terapia-alvo, de uso oral, aprovado pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2015. Desde 2018, o medicamento já figura no ROL de medicamentos autorizados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) para pacientes do sistema privado. Contudo, 70% dos pacientes brasileiros atendidos pelo sistema público de saúde (SUS) não têm acesso à medicação Referências: Pfister et al. Lower access to risk stratification tests and drugs, and worse survival of chronic lymphocytic leukaemia patients treated in public as compared to private hospitals in Brazil: A retrospective analysis of the Brazilian registry of chronic lymphocytic leukaemia. EJHaem. 2022 Aug 6;3(3):698–706. Rodrigues et al. Diagnosis and treatment of chronic lymphocytic leukemia: recommendations from the Brazilian Group of Chronic Lymphocytic Leukemia. Rev Bras Hematol Hemoter. 2016 Oct;38(4):346–57. Burger, JA. N Engl J Med 383;5. July 30, 2020. Bula dos produtos consultadas em Bulário Eletrônico disponibilizado pela ANVISA: https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/. World Health Organization. WHO Model List of Essential Medicines - 22nd List (2021) [Internet]. 2021 [cited 2023 May 7]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/WHO-MHP-HPS-EML-2021.02. World Health Organization. WHO Model List of Essential Medicines - 23rd list, 2023 [Internet]. 2023 [cited 2023 Aug 3]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/WHO-MHP-HPS-EML-2023.02. Eichhorst B, Robak T, Montserrat E, Ghia P, Niemann CU, Kater AP, et al. Chronic lymphocytic leukaemia: ESMO Clinical Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology. 2021 Jan;32(1):23–33. Walewska R, Parry‐Jones N, Eyre TA, Follows G, Martinez‐Calle N, McCarthy H, et al. Guideline for the treatment of chronic lymphocytic leukaemia. Br J Haematol. 2022 Jun 21;197(5):544–57. Walewska et al. Guideline for the treatment of chronic lymphocytic leukaemia. Br J Haematol. 2022 Jun 21;197(5):544–57. Huang et al. Comparison of real-world treatment patterns in chronic lymphocytic leukemia management before and after availability of ibrutinib in the province of British Columbia, Canada. Leuk Res. 2020 Apr;91:106335. Byrd et al., Ibrutinib versus ofatumumab in previously treated chronic lymphoid leukemia. N Engl J Med. 2014 Jul;371(3):213–23. 12.Ghia P et al. Blood (2022) 140 (Supplement 1): 4159–4161. https://doi.org/10.1182/blood-2022-163257. Como saberei quando a Consulta Pública estiver aberta? A ABHH irá informar você por meio de um e-mail institucional e de publicações no site e nos perfis nas redes sociais. Fique ligado/a! APOIO:

HTCT 100% global Com o fator de impacto 2.1 recebido em 2023, a Hematology, Transfusion and Cell Therapy se consolida entre as principais revistas científicas no mundo Por Talita Ribeiro E ste ano, a Hematology, Transfusion and Cell Therapy (HTCT), revista científica da ABHH se tornou completamente global ao receber seu primeiro fator de impacto referente ao ano de 2022, cujo valor foi de 2.1. O fator de impacto mede o número médio de citações recebidas em um ano por trabalhos publicados na revista durante os dois anos anteriores. É a confirmação da importância, seriedade e grande representatividade da revista entre as publicações científicas do Brasil e do mundo. “A HTCT é hoje um patrimônio importante da ABHH, provavelmente a mais importante revista científica de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular no Hemisfério Sul. É um órgão importante de divulgação de novas descobertas por pesquisadores de todo o mundo”, afirma o Prof. Dr. Fernando Ferreira Costa, que atuou como editor-chefe da HTCT nos últimos anos e participou diretamente de várias etapas que ajudaram a consolidar a reputação internacional da revista. Para o editor-chefe da HTCT, Prof. Dr. Eduardo Rego, a revista é muito importante para a Hematologia brasileira. “O periódico obteve reconhecimento não só no Brasil, mas também em âmbito internacional. Tem critérios bem definidos que garantem o rigor científico dos estudos divulgados. É uma alegria ver o caminho trilhado por nossa revista e um horizonte cada vez mais promissor para a HTCT”, afirma. Nesse sentido, o Prof. Dr. Nelson Spector, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e editor associado da revista científica da ABHH, diz que a HTCT adquiriu uma feição moderna com instrumentos e práticas contemporâneas. “O pilar central da atividade de todo periódico científico é a revisão dos pares. A qualidade dessa revisão elimina manuscritos inadequados, mas, sobretudo, ajuda a aprimorar manuscritos com imperfeições corrigíveis. A tarefa de peer review demanda muito da comunidade científica, pois é trabalhosa, pro bono e quase anônima. Quero compartilhar a celebração com todos os que contribuem com tempo e expertise para as peer reviews da HTCT. Parabéns à ABHH e a todo o corpo editorial da HTCT”. Da primeira RBHH até o primeiro fator Muitas iniciativas ocorreram até a conquista do primeiro fator de impacto. Esse processo começa na década de 1970, com o início da publicação do então Boletim da Sociedade Brasileira de Hematologia (SBHH). Anos depois, o boletim mudaria seu nome para Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (RBHH). “A RBHH surgiu em 1984 durante o Congresso Internacional de Hematologia, em Buenos Aires, diante da necessidade de uma publicação científica que mostrasse o trabalho feito no Brasil”, recorda ABHH em Revista 09 / 2023 28 ciência

o Prof. Dr. Milton Artur Ruiz, editor-chefe da então RBHH por mais de 10 anos. A estratégia de internacionalização da RBHH iniciou em 2011 com sua publicação, na íntegra, apenas em inglês. Um dos motivos para a decisão foi a classificação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que rebaixou a maioria das revistas nacionais e premiou aquelas que investiram e se posicionaram internacionalmente. Em 2010, ABHH, criada há dois anos, investiu na internacionalização da RBHH. Foram criados comitês para discutir a posição da revista e traçar melhorias. Outra estratégia foi a reestruturação do corpo editorial da RBHH, com a participação de especialistas internacionais e o aumento de revisores internos do Brasil e do exterior. Da RBHH à HTCT Outro marco foi a indexação da RBHH no PubMed/ Medline, uma das mais importantes bases de dados do mundo, a partir da edição de maio-junho de 2011, o que demonstrou que tem credibilidade e se tornou, de fato, uma referência internacional. Além da PubMed, a HTCT está hoje presente na base de dados da Web of Science, LILACS, SciELO Brasil e Scopus. Já a mudança do nome da revista para o inglês em 2017, se chamando a partir de então Hematology, Transfusion and Cell Therapy, foi mais uma etapa no processo de internacionalização, com o periódico sendo reconhecido como uma revista da ABHH e incluindo a Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. “É importante mencionar a participação de numerosos colegas hematologistas da ABHH na consolidação. Em especial, gostaria de mencionar todos os ex-editores da HTCT, o Prof. Dr. Milton Ruiz e o Prof. Dr. Carlos Chiattone, todos os presidentes da ABHH, que sempre deram apoio constante à revista, aos colegas de apoio da ABHH, particularmente a Luciana e a Aline e, finalmente, mas não menos importante, meu colega editor- -associado por oito anos e hoje editor-chefe da HTCT, o Prof. Dr. Eduardo Rego, além de todos os editores associados e pareceristas, sem os quais a revista não teria a qualidade e o reconhecimento que tem hoje”, finaliza o Prof. Dr. Fernando Ferreira Costa. O fator de impacto mede o número médio de citações recebidas em um ano por trabalhos publicados na revista durante os dois anos anteriores. Por exemplo: A = número de vezes que artigos publicados em um periódico específico em 2014 e 2015 foram citados por periódicos durante 2016. B = o número total de “itens citáveis” publicados por essa revista em 2014 e 2015. ('Itens citáveis' são geralmente artigos, resenhas, anais, etc.; não editoriais ou cartas ao editor.) Fator de impacto 2016 = A/B. O valor real é intencionalmente exibido apenas para o ano mais recente. Valores anteriores estão disponíveis nos Journal Citation Reports, da Clarivate Analytics Fonte: Clarivate Analytics ENTENDA MAIS SOBRE O FATOR DE IMPACTO Clique no link para enviar seu artigo para a HTCT 09 / 2023 ABHH em Revista 29

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