Página 33 - Medicina Nuclear em revista 05

Versão HTML básica

medicina nuclear em revista
| Jan • Fev • Mar 2014
33
especial
garantir a menor exposição possível
dos profissionais e médicos à radia-
ção. “O principal papel do físico é
zelar pela proteção das pessoas que
se expõem à radiação e garantir a
qualidade da imagem gerada pelos
equipamentos. Esse especialista
define a espessura de blindagens
necessária para armazenar o mate-
rial radioativo, monitora periodica-
mente os níveis radiométri-
cos, gerencia os rejeitos radiativos,
estipula procedimentos, sempre
com o intuito de proteger as pessoas
dos efeitos da radiação. Além dis-
so, realiza testes de controle de qua-
lidade nos equipamentos”, diz a
supervisora de Radioproteção da
Área de Medicina Nuclear do
Hospital Sírio-Libanês e física espe-
cialista emmedicina nuclear pela
Associação Brasileira de Física
Médica (ABFM), Renata Camargo.
Por conta dessa capacitação, o
físico quase sempre é o supervisor de
radioproteção de medicina nuclear,
cargo obrigatório em todos os setores
da área perante a Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN).
Também é responsabilidade do físico
interagir com todas as especialidades
do setor. “O físico atua esclarecendo
dúvidas de radioproteção,definindo
procedimentos para minimizar a
exposição. Também faz a ligação do
serviço de medicina nuclear com os
órgãos fiscalizadores,resolvendo
problemas para obtenção de licença
de operação”, explica Renata.
Sintonia e interação
Toda essa interdisciplinaridade
somada ao caráter permanentemen-
Cada profis-
sional é como
uma peça essen-
cial para o bom
funcionamento
de uma espécie
de engrenagem.
Não existe medi-
cina nuclear só
com médico
radiação, participar de protocolos
terapêuticos, proporcionar condi-
ções para o aprimoramento e treina-
mento dos profissionais, manter
atualização técnica e científica do
manuseio dos equipamentos de
radioproteção”, detalha a enfermeira
KátiaRamos Lima, do Centro de
Diagnósticos doHospital Beneficência
Portuguesa de São Paulo.
A equipe de enfermagem atua
também diretamente na assistência
ao paciente, tanto no preparo quan-
to na realização dos procedimentos.
“Atendemos pacientes de diversas
complexidades, sendo necessário
manter a equipe de enfermagem
atualizada técnica e cientificamente
quanto aos diversos protocolos utili-
zados no setor”, afirma Kátia.
Já a equipe técnica, composta por
biólogos, biomédicos e tecnólogos,
precisa de amplo conhecimento tanto
do radiofármaco quanto de sua distri-
buição, alémde conhecer bem o equi-
pamento para tirar seumelhor e fazer
uma imagem com qualidade. “Os bió-
logos na área de medicina nuclear são
responsáveis pelo trabalho técnico, o
mesmo realizado pelos biomédicos e
tecnólogos, como manipulação de
radiofármacos, controle de qualidade,
aquisição e processamento de ima-
gens”, diz a bióloga Fabiana Gimenes
Rodrigues, coordenadora do
Departamento de Medicina
Nuclear do Hospital Beneficência
Portuguesa de São Paulo.
Também é essencial manter uma
equipe de físicos bem capacitados
para verificar os controles de quali-
dade. São eles que conferem se os
equipamentos estão adequados para
uso e até realizam o controle para
te dinâmico da medicina nuclear,
com tecnologias e equipamentos em
evolução contínua, conduz à exigên-
cia de profissionais em constante
formação e aprendizagem. “Cada
profissional é como uma peça essen-
cial para o bom funcionamento
de uma espécie de engrenagem.
Não existe medicina nuclear só com
médico. Um bom exame é aquele que
teve um bom processamento de ima-
gem e análise do médico – a técnica
tem que ter sido aplicada, o material
preparado e um agendamento corre-
to. Tudo precisa funcionar bem.
É provavelmente o setor da saúde
onde a multidisciplinaridade está
mais presente”, completa Solange.
© André Santos • Arquivo InRad | © Arquivo pessoal | © Arquivo pessoal
Solange nogueira,
coordenadora do
Departamento de Biomédicos
e tecnólogos da sbmn