Atenção Básica - Vol.I

METODOLOGIA Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter descritivo, realizado no município de Bauru, interior de São Paulo, que possui aproximadamente 369.368 habitantes (IBGE, 2010).O grupo intersetorial foi constituído em fevereiro de 2016 a comunicação entre os setores públicos era realizada através de email institucional para o conhecimento e acompanhamento das gestantes identificadas, sejam pela rede básica e especializada de saúde e de assistente social e maternidade Santa Isabel. Em Dezembro de 2018 passou –se a utilizar o FORMSUS, garantindo que essas gestantes tivessem seu acompanhamento de pré natal e realização dos exames necessários para o desenvolvimento de uma boa gestação e também que os demais setores públicos e a própria maternidade tivessem ciência dos casos em andamento a respeito das faltas das gestantes nos acompanhamentos do pré- natal , nos serviços de saúde, bem como a vinculação das mesmas junto ao Centro de atenção psicossocial , álcool e outras drogas, pra realizar atendimento no que diz respeito ao risco do uso – abuso de substancias psicoativas visando a redução e/ou possível abstinência do consumo de droga durante o período da gestação. Com a criação do mesmo, após a identificação e levantamento dessas mulheres, as mesmas são inseridas no Formsus para conhecimento de toda a rede quanto ao acompanhamento, devendo ser alimentado o sistema mensalmente por todas as partes envolvidas (Atenção Primária, Especializada – Ambulatório de Gestação de Alto Risco, Vigilância Epidemiológica, Consultório na Rua, Rede Municipal de Saúde Mental, Maternidade Santa Isabel, Secretaria do Bem Estar Social, Conselho Tutelar, Promotoria da Infância e Juventude) em cada atendimento prestado; caso a mulher não compareça para atendimentos e exames, o relato também é inserido ao sistema e realizado busca ativa das mesmas. Mesmo após o nascimento o Formsus permanece sendo alimentado com a data do parto e o seguimento do RN até o sexto mês. RESULTADOS Obtivemos maior efetividade no acompanhamento do pré natal, diminuição do acolhimento precoce do RN por Instituições à pedido do Ministério Público, melhor qualidade do pré natal, além do efetivo vínculo dos profissionais da saúde com outras instituições. CONSIDERAÇÕES FINAIS A assistência ao pré-natal deve-se ter como base a escuta, a formação de vínculos e ações compartilhadas de cuidado, desde as micro até as macrorrelações, portanto recomenda-se uma abordagem interprofissional e intersetorial (saúde, assistência social e segurança pública) ao cuidado no contexto do uso de SPA, com a estratégia de redução de danos. Com a criação do grupo, foi observado o acompanhamento mais detalhado e minucioso dessas gestantes, promovendo o pré-natal com a qualidade necessária para cada caso e o empoderamento dessas mulheres enquanto pessoa, de ter sua história e seu contexto de vida considerados e a necessidade de propostas que podem ter como partida a transformação da percepção social sobre o usuário de SPA, caminhando em direção do cuidado integral, equânime e igualitário. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. Manual Técnico. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos; Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno 5). MAIA, Jair Alves et al. Uso de drogas por mulheres durante o período gestacional. Revista Enfermagem Contemporânea, v. 8, n. 1, p. 25-32, 2019. MARCOLINO, Taís Quevedo et al. Gestação e uso de substâncias psicoativas: qual é o cuidado em saúde desejado pelas mulheres?. Cadernos Saúde Coletiva, v. 26, n. 3, p. 255-260, 2018. ATENÇÃO BÁSICA 34

RkJQdWJsaXNoZXIy NjY5MDkx