Atenção Básica - Vol.I

importânciadeassegurarosprincípiosdaESF,garantindoespaçosdefortalecimentoatravésdaeducação permanente e resgatando o protagonismo do enfermeiro, reforçando na equipe o entendimento de que a APS é um espaço privilegiado de construção de vínculos, gestão do cuidado e atenção no indivíduo, na sua família e na comunidade, com necessidades de saúde social e historicamente construídas e que precisam de um olhar diferenciado, neste sentido, de todos os membros da equipe multiprofissional. Os fluxos foram redesenhados com bases nos protocolos de enfermagem do município e no Caderno de “Acolhimento à demanda espontânea” do MS. RESULTADOS As agendas saíram da recepção e passaram a ser gerenciadas pelas equipes. Os usuários passaram a ser atendidos e avaliados nomesmo dia, por suas equipes de referência, de acordo com suas demandas e necessidades. As agendas tiveram padronização de 75% para atendimento à demanda espontânea e 25% para consultas programadas. Passou-se a ofertar mais espaços coletivos para compor o seguimento dos pacientes programáticos dentro de suas linhas de cuidado. A produção dos profissionais nomês anterior à implantação, comparados comomês de abril de 2019, permitiuobservar que onúmero de atendimentos em “Escuta inicial” passou de 1.486 para 6.525, representando aumento de 339%; o número de “Atendimentos Individuais” passou de 9.989 para 15.517, com aumento de 55%; e, o número de “Atividades coletivas” oferecidas passou de 205 para 383, representado acréscimo de 87%. CONSIDERAÇÕES FINAIS Aanálisemostrouaumentononúmerode atendimentos individuais e coletivos. Oaumentonas atividades coletivas mostra uma tendência de renovação das práticas, com outro foco de atenção, que privilegia a promoção e a terapêutica emespaços coletivos que dão chances para o paciente explicitar suas vontades e intercambiar experiências. A terapêutica é executada por meios não intervencionais, reunindo o saber técnico e a informalidade do saber popular com proposta preventiva em relação às situações e agravos à saúde. As agendas das enfermeiras, anteriormente subutilizadas, sempre vazias e fragmentadas, com as mudanças propostas, tiveram um incremento superior ao dos médicos que já tinham agendas lotadas e com sua capacidade instalada utilizada, porém de forma fragmentada e, muitas vezes com demandas que poderiamser absorvidas e resolvidas pelo enfermeiro, dentro da sua capacidade técnica, ou ser direcionadas para outros membros da equipe multiprofissional. A autonomia das enfermeiras, bem como a sua resolutividade diante das necessidades da população foram amplamente discutidas e reforçadas, entendendo que uma das ações mais importantes para melhorar o acesso na APS é o maior envolvimento do enfermeiro no cuidado das pessoas da sua área. Tais mudanças nos processos de trabalho e nas agendas reforçarama UBS como porta de entrada do sistema e a equipe de referência como responsável pela atenção ao primeiro contato. O maior poder de resolubilidade e autogestão da agenda podem determinar menos estresse da equipe e mais satisfação dos usuários. Oportunizar consultas para o mesmo dia pode ser uma forma de humanizar o atendimento. Mesmo que a oferta de serviços de saúde seja insuficiente, pequenas mudanças no modelo de agendamento podem evitar filas e sofrimento humano. ATENÇÃO BÁSICA 120

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