Atenção Básica - Vol.I

uma hora diária com seus ACS para discutir o planejamento das VD e do cadastro do território, com supervisão das visitas realizadas na semana, avaliando seu desempenho em relação ao número de VD, coberturadosgruposprioritárioseevoluçãodoscadastros. Propôs-seacriaçãodeuma ferramentapara monitorar o trabalho diário do ACS que permite análise gráfica do desempenho de cada ACS e aponta o aproveitamento de suas horas em VD, gerando indicadores de cobertura populacional e de grupos prioritários. Permite cálculo de aproveitamento das horas através da distribuição do tempo dos ACS em atividades ordinárias, extraordinárias e atividades internas, além de cálculo do tempo de digitação no e- SUS AB e das horas destinadas à VD. Outros indicadores de desempenho gerados: duração estimada de cada VD e número de visitas e cadastros digitados no e-SUS AB por hora de digitação. RESULTADOS As oficinais ocorreramentre fevereiro e abril de 2019, comparticipação demais de 90%dos enfermeiros da ESF. Após as intervenções houve aumento dos cadastros, passando de 296.233 para 355.856 – aumento de 59.623 cadastros individuais, chegando a 84,1% da população do município cadastrada no e-SUS AB. Após o sexto mês do projeto percebeu-se aumento de 43% nas VD periódicas. As visitas de acompanhamento, também, tiveramaumentos: 43%nos acompanhamentos das gestantes, 75%nas VD dos hipertensos e diabéticos e 50% para domiciliados e acamados. DESAFIOS ENCONTRADOS NESTE PROCESSO Na avaliação do processo de implantação, alguns desafios foram apontados: limitação de alguns profissionais em tecnologias, que dificultam o preenchimento e a análise dos gráficos das planilhas; instabilidade na rede de internet que dificulta o registro dos dados e o acesso aos relatórios; sobrecarga de trabalho; resistência de alguns ACS ao monitoramento do seu trabalho; dificuldade dos enfermeiros na administração do tempo; falta de comprometimento de alguns profissionais; e equipes incompletas foram os principais desafios apontados. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os desafios postos para o fortalecimento da APS exigem cada vez mais a utilização de processos, ferramentas e tecnologias que facilitem a tomada de decisão consciente, eficiente e eficaz por parte dos gestores. O monitoramento e avaliação devem ocupar lugar de relevância nesse processo, sendo necessária a apropriação dos conhecimentos e práticas acerca da avaliação em saúde como atividade intrínseca à rotina dos serviços. Diante das dificuldades que o SUS enfrenta, Diadema avança resgatando tanto o protagonismo do enfermeiro na supervisão e monitoramento do trabalho dos ACS, quanto ressignificando o trabalho deste profissional na ESF. Esses foram passos cruciais para enfrentar os desafios do novo modelo de financiamento da APS, deixando o município em situação mais favorável para o cumprimento das metas de cadastro e mais preparado para enfrentar os desafios da avaliação por desempenho que está por vir. Esse projeto mostrou que um ambiente de trabalho colaborativo é crucial para resgatar o comprometimento dos profissionais. A participação ativa e a colaboração de todos os enfermeiros nas oficinas foram lapidando o processo de monitoramento e, sentir-se parte da construção tem sido apontado como o principal motivo do sucesso deste projeto. ATENÇÃO BÁSICA 124

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